Páginas

sexta-feira, 29 de março de 2013

CÓLICAS DO LACTENTE

 
Departamento de Aleitamento Materno da SBP

 A cólica do bebê é transitória e aparece geralmente na segunda semana de vida, acabando em torno do quarto mês, em uma criança saudável. A cólica pode durar até três horas por dia e normalmente acontece no final da tarde ou à noite. Além do choro, o bebê fica irritado e agitado.

Como diferenciar o choro por cólica do choro de fome
O bebê chora por diversas razões: fome, frio, sono, calor, dor, incômodos por fralda molhada ou apertada ou até porque quer aconchego e carinho. Com o tempo, a mãe vai aprendendo a identificar o motivo de choro do seu bebê. No entanto, a criança que chora por fome se acalma assim que mama. Isso não acontece quando o choro é por cólica.

Como evitar as cólicas
Tente manter a calma e lembre-se que as cólicas acontecem em um bebê saudável e que vão passar em poucos meses. A ansiedade da mãe não ajuda a acabar com a cólica, mas algumas ações podem amenizar a dor:
- um ambiente tranquilo e uma música suave ajudam a relaxar mãe e filho;
- um banho morno também ajuda a descontrair;
- movimentos nas pernas do bebê, como “pedalar no ar” podem auxiliar a eliminar o excesso de gases;
- massagem na barriguinha do bebê, sempre no sentido horário, mobiliza os gases;
- compressas mornas na barriguinha com toalhas felpudas passadas a ferro têm efeito analgésico (teste antes o calor da toalha em sua própria face).
Porém, o mais importante é ter paciência para acalmar o bebê, aconchegando-o no colo, barriga com barriga, ou apoiado de bruços na extensão do antebraço dos pais.
Oferecer chá ao bebê não acaba com a cólica e pode prejudicar a amamentação. Remédios “contra gases” têm pouca eficácia.

Relação entre cólica e dieta materna
As causas das cólicas do primeiro trimestre não são bem conhecidas, mas parecem ter relação com uma relativa imaturidade do bebê; e vão melhorar com seu crescimento, sem deixar sequelas.
A alimentação materna como possível causa da cólica ainda é controversa. A cólica pode ocorrer tanto em bebês amamentados no seio quanto naqueles amamentados com leite de vaca (fórmulas). Entretanto, existe a possibilidade de alguns alimentos (leite de vaca, soja, trigo, nozes) passarem para o leite materno e provocarem cólicas. No entanto, esses alimentos só devem ser retirados da dieta da mamãe caso as cólicas estiverem associadas com outros sintomas gastrintestinais que indiquem alergia alimentar, como a presença de rajas de sangue nas fezes do bebê.
Ao primeiro sinal de sangue nas fezes do bebê, seu pediatra deve ser consultado imediatamente.
E lembre-se, o ideal é prolongar ao máximo o aleitamento materno porque o leite de vaca tem alto poder de causar alergia.


O SONO DA CRIANÇA


Grupo de Estudos do Sono da SBP

Durante a infância, a criança vivencia constantes modificações no sono que refletem o grau de maturidade e desenvolvimento do sistema nervoso central.
Do nascimento até o 6º mês de vida, o sono vem em ciclos de 3 a 4 horas no primeiro mês de vida, independente de ser noite ou dia. Entre o primeiro e o quarto mês, o bebê vai se adaptando progressivamente à luz e fazendo um sono mais longo quando é noite.
O primeiro indício de que o bebê está adequando seu ritmo biológico ao dia de 24 horas é entre a 3ª e a 4ª semana de vida. O bebê fica mais agitado e chorando, geralmente no final da tarde ou início da noite (entre as 17 e 22h). É a chamada “hora da cólica”.
Em torno do 6º mês de vida, os períodos de sono já chegam a 6 horas, geralmente com dois períodos noturnos separados pelo despertar para mamar. A consolidação do sono noturno ocorre gradualmente a partir daí.
Entre 2 e 3 anos, o sono noturno deve estar consolidado. Os períodos de sesta durante o dia tendem a diminuir e até acabar. A dificuldade de separação dos pais se reflete na ansiedade, na dificuldade de dormir e nos medos noturnos. Nesta fase é fundamental manter as rotinas para dormir. Os distúrbios do sono são comuns entre 20 e 30% das crianças nesta faixa etária.
Se seu filho está na pré-escola, procure evitar a sesta no final da tarde. Ela pode interferir no sono noturno. Nesta faixa, cerca de 15 a 30% das crianças ainda têm distúrbios de sono.
A transição para o padrão adulto de sono inicia a partir dos 5 anos e vai até os 12. O horário de acordar é fixo nos dias de escola. São frequentes, nesta faixa, os pesadelos e as parassonias (movimentos anormais que resultam na interrupção do sono).
Na adolescência, ocorre aumento fisiológico de sonolência diurna, pela privação de sono. Em dois anos, o tempo total de sono diminui cerca de três horas (de 10 para 7 horas), provocando um débito de sono. Ocorrem diferenças entre dias de semana e fins de semana, quando o jovem dorme mais. É frequente, nesta idade, o sono demorar para chegar, podendo atrasar de uma a 3 horas.
A tabela abaixo evidencia as modificações principais no tempo de sono do nascimento a adolescência. 
 
IdadeMédia de horas de sonoCaracterísticas do sono
 Recém-nascidos (0 a 30 dias de vida) 16 a 20 horas Ciclos de sono com 1 a 4 horas de duração, intercalados por período de vigília de 1 a 2 horas, independente de ser noite ou dia.
 Lactentes 
(1 a 12 meses)
 14 a 15 horas (em torno do 4º mês de vida) e 13 a 14 horas (em torno do 6º mês de vida) Entre 6 semanas e 3 meses começa a ocorrer diferenciação dos ciclos de sono diurnos e noturnos, que ficam mais longos. Após os 6 meses, observa-se sestas diurnas (em torno de duas por dia) que podem durar de 2 a 4 horas.
 1 a 3 anos 12 horas Sono noturno consolidado e uma sesta por dia (1,5 a 3,5 horas).
 3 a 6 anos 11 a 12 horas Redução das sestas. Em torno de 4 a 5 anos não ocorrem mais sestas diurnas.
 6 a 12 anos 10 a 11 horas Observa-se diferença em relação à duração do sono noturno em dias de semana e fins de semana.
 Adolescentes (> 12 anos) Ideal = 9 horas 
Real = 7 horas
 Esquema de horários irregular, atraso do sono.
 Modificado de: Mindell JA, Owens J. A Clinical Guide to Pediatric Sleep. Editora Lippincott, Williams & Wilkins, 2003.

terça-feira, 12 de março de 2013

ALIMENTAÇÃO NO PRIMEIRO ANO DE VIDA

Até completar 6 meses: recomenda-se aleitamento materno exclusivo
Ao completar 6 meses: aleitamento materno, papa de frutas, papa salgada (sopinhas) no almoço
Ao completar 7 meses: introduzir a segunda refeição salgada
Ao completar 8 meses: gradativamente, passsar para a alimentação da família
Ao completar 12 meses: alimentação da família

* Um erro muito comum, é a oferta da "sopinha"liquidificada. Trata-se de um grave erro, haja vista que não estimula a mastigação da criança, crinando-se um hábito pouco saudável, e assim dificultando a passagem da alimentação complementar para a alimentação da família. Nos consultórios pediátricos é muito comum se observar tal erro, principalmente quando há ansiedade dos pais para que o bebê coma mais.
* A papa salgada deve ser amassada com um garfo, com a carne desfiada
* Ao se oferecer frutas, deve-se dar preferência para a papa de frutas, pois não há a necessidade de acréscimo de água e açúcar.
* Ao se optar pelos sucos, sugerem-se frutas cujo preparo não necessite por água ou açúcar, e caso necessite, em pouquíssimas quantidades: melancia, melão, laranja, laranja lima.
* A criança saudável tem o controle do apetite regulado pelo sistema nervoso central, sendo assim, desanconselha-se forçar a criança comer além do seu limite. Sugiro que estipule um tempo limite para oferecer a dieta (30-40min), em ambiente tranquilo, preferencialmente sem utilizar-se da televisão, sem fazer da hora da refeição uma hora de estresse para a criança. Passado esse tempo, ofereça uma sobremesa (pode ser uma fruta, um suco, uma geléia, etc) e depois disso, só oferecer nova refeição no horário correto. Não premie a falta de apetite de seu filho (ou o que você considerou falta de apetite) com uma mamadeira, por exemplo, pois assim ele se acostumará com essa sua atitude e deixará de comer para ganhar de prêmio a "guloseima".
* Confie no seu pediatra. Aqueles gráficos existentes no cartão de vacinas de seu filho não estão ali para enfeite. Se seu filho está ganhando peso adequado, não adianta insistir para se prescrever "vitaminas" para abrir o apetite. 
* O gordinho de hoje será o gordinho do futuro, acrescido de biabetes, hipertensão arterial, hipercolesterolemia, fora as brincadeiras de mal gosto por parte dos colegas. Será o adulto que infartará precocemente, que terá AVC precocemente, etc, etc, etc.