A gravidade de uma CIV pode variar bastante dependendo do tamanho do defeito e do tamanho do shunt, ou seja, do quanto de sangue está vazando entre os ventrículos.
Em muitos casos, o defeito é pequeno e não causa sintomas. Ou seja, a quantidade de sangue que passa por esse defeito não causa a chamada repercussão hemodinâmica e o único achado ao exame físico é a presença de sopro cardíaco, mas com completa ausência de sintomas, tais como cansaço, dificuldade de ganho de peso, etc. Nesses casos, não se justifica nenhuma intervenção.
Muitas vezes, inclusive, essa abertura pode se fechar sozinha à medida que a criança cresce.
Nesses casos, fazemos apenas o acompanhamento regular, com consultas e exames indicados para cada caso.
Se a comunicação interventricular, porém, for significativa, há um fluxo maior de sangue do ventrículo esquerdo para o direito e desse para os pulmões (há hiperfluxo pulmonar). Nesses casos, o paciente pode apresentar, além do sopro cardíaco, sinais e sintomas de insuficiência cardíaca tais como cansaço em repouso e/ou aos esforços, baixo ganho de peso, suor excessivo, pneumonias de repetição e podem evoluir como hipertensão pulmonar se o defeito não for corrigido em período adequado (falaremos de hipertensão pulmonar em outra postagem).
Geralmente iniciamos tratamentos que visam reduzir os sinais e sintomas da insuficiência cardíaca (cansaço e dificuldade de ganho de peso), enquanto se espera o momento ideal para a intervenção cirúrgica, uma vez que, infelizmente, o tratamento por cateterismo ainda é exceção para essa doença. Normalmente esse tratamento medicamentoso é realizado à base de diuréticos, podendo também ser usados IECA´s (captopril ou enalapril) ou outras classes de medicamentos, a depender do quadro clínico.
O cardiopediatra é o especialista mais indicado para a condução desses pacientes e para determinar quais as medicações mais indicadas e o melhor momento para se indicar o tratamento cirúrgico, quando esse for inevitável.
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