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quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pesquisa alerta: 40% das vítimas do fumo passivo no Brasil são crianças!

Os pais que fumam sabem o risco que o hábito traz à sua saúde e à de seus filhos. Mas talvez não imaginem até onde o bem-estar da criança pode ser prejudicado. Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que 40% das vítimas do fumo passivo no Brasil são crianças.
Fumante passivo é quem aspira a fumaça tóxica liberada pelo fumante ativo, por meio do convívio no mesmo ambiente fechado. Ou seja, pais que fumam dentro de casa ou do carro comprometem efetivamente a saúde dos filhos. De acordo com os dados da OMS, uma em cada quatro crianças brasileiras tem pelo menos o pai ou a mãe com o vício. As infecções respiratórias, em especial pneumonia, são as principais causas de morte. E o pulmão daquelas expostas ao fumo podem sofrer atraso em seu desenvolvimento.
E não é só isso. Uma pesquisa canadense chamou a atenção para a quebra de um grande clichê: pessoas que não fumam não podem ser dependentes de nicotina. Os testes e entrevistas mostram que isso não só não é verdade como também pode ser aplicado às crianças expostas ao contato com a fumaça do cigarro
A pesquisa envolveu nove instituições de ensino diferentes aponta que uma quantidade significativa de filhos de pais fumantes acaba incorporando os males do fumo, mesmo sem nunca ter colocado um cigarro na boca. Liderada por Jennifer O'Loughlin, pesquisadora da Universidade de Montreal, Canadá, a pesquisa revela que sintomas claros de dependência de nicotina, como depressão, insônia, irritabilidade, ansiedade, aumento de apetite e problemas na concentração, foram observados em cerca de 5% das 1.800 crianças entrevistadas, todas entre 10 e 12 anos, e que nunca haviam fumado. “Esses dados servem para mostrar que políticas públicas relacionadas ao fumo precisam ser rígidas”, comenta O’Loughlin.
Outro fator relevante é que pais que fumam influenciam suas crianças também psicologicamente. Um estudo liderado pelo Hospital das Clínicas de Pernambuco aponta que pais que fumam exercem forte influência na decisão dos filhos de experimentar o cigarro. De acordo com os resultados 90% dos jovens fumantes começam a fumar espelhados em atitudes da própria família. Mariana Leme tem 22 anos e confessa ser fumante desde os 15. “Experimentei cigarro pela primeira vez aos 12 anos. Para mim sempre foi uma coisa normal. Em casa todos fumam. Eu achava charmoso”, revela. Quando o assunto é cigarro, os números das pesquisas reforçam: não há quantidade segura e o vício não prejudica somente o fumante, e sim toda a sua família.

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