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quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Meningites

Meninges são membranas que envolvem o encéfalo (cérebro, bulbo e cerebelo) e a medula espinhal. Elas são constituídas por três camadas: dura-máter, aracnóide e pia-máter. No espaço entre a aracnóide e a pia-máter circula o líquido cefalorraquidiano (LCR) ou líquor.
Quando uma bactéria ou vírus, por alguma razão, consegue vencer as defesas e aninhar-se nas meninges, elas se inflamam, podem produzir pus e a infecção se espalha por todo o sistema nervoso central.
No paciente com meningite, mas principalmente na criança, deve-se estar atento para os sinais da doença, principalmente neste período chuvoso que se inicia. Dor de cabeça (ou irritabilidade nas crianças menores), vômitos (em jato) que se repetem, rigidez da nuca (a criança não consegue movimentar a cabeça normalmente), prostração, febre alta são sintomas característicos do quadro de meningite. Por isso, nunca devem ser desconsiderados, especialmente em duas faixas etárias extremas: nos primeiros anos de vida e quando as pessoas começam a envelhecer.
Diagnóstico precoce e início imediato do tratamento são fundamentais para controlar a evolução da doença.
A punção e estudo do LCR é o método mais adequando para a confirmação da suspeita diagnóstica e o tratamento, em caso de meningite por bactérias, se faz com o uso de antibióticos geralmente venoso, por pelo menos 7-10 dias.
as meningites bacterianas causadas pelo meningococo, pelo pneumococo e pelos hemófilos que podem provocar quadros graves e deixar seqüelas, como surdez em um ou nos dois ouvidos porque a infecção afeta os nervos auditivos.


Existe prevenção?
Sim.
Para a meningite por hemófilos, que ocorre em crianças até por volta dos 5 anos, existe uma vacina, a Hib, que já faz parte do calendário de vacinação e é administrada aos dois, quatro e seis meses de vida, sendo feitas depois as doses de reforço.
A vacina contra a meningite por pneumococo também existe, e desde o início deste ano encontra-se disponível na rede pública de saúde (Pneumo 13).
Quanto à vacina contra meningite por meningococo, a problemática é outra: não está disponível na rede pública, sendo relativamente cara para a maior parte da população brasileira.
Outra forma muito barata de reduzir (não eliminar) os riscos de contaminação pelas bactérias que provocam a meningite são os cuidados de saneamento básico, mantesr os ambientes sempre ventilados e sem aglomeração de muitas pessoas e manter uma alimentação saudável dos pequenos, fortalecendo assim seu sistema imunológico.

Fonte: www.drauziovarella.com.br/ExibirConteudo/2408/meningite

domingo, 26 de dezembro de 2010

Ele chora e perde o fôlego.

É mais comum do que se imagina. O bebê fica irritado, começa a chorar e não consegue mais parar. Acontece mais entre os seis meses e três anos, por diferentes motivos. Chama-se de “tomar o choro” (eu - Dr Marcelo Madeira - chamo de apnéia do choro, que quer dizer, ao pé da letra, parada da respiração durante o choro) e não traz conseqüências mais sérias. Desde que as crises não estejam associadas a um distúrbio cardiorrespiratório.
Por isso, é muito importante a opinião do pediatra. Dependendo da avaliação inicial, ele fará um encaminhamento para o cardiologista ou o neuropediatra. Fique atenta, portanto, aos sintomas e converse com ele. Em alguns casos, o médico vai precisar, inclusive, presenciar a crise para fazer um primeiro diagnóstico.

Por que acontece?
Por predisposição constitucional; quando a criança ou pais são muito ansiosos; por arritmia cardíaca, como a bradicardia – diminuição da freqüência dos batimentos cardíacos.

Como é a crise?
Em geral, aparece depois de alguma contrariedade: a retirada brusca da chupeta, um susto, um pequeno trauma, o medo de cair do colo, etc. O bebê chora, vigorosamente, tem uma parada rápida na respiração, a pele fica arroxeada e o corpo meio amolecido. Nesse momento, pode haver um rápido desmaio. Depois, ele volta a respirar normalmente, mas ainda chora por um tempo.

Atenção!
Se a crise vem acompanhada de palidez, não há choro; a criança bloqueia a respiração, soluça e sofre pequenas paradas respiratórias.

Como agir?

- Sempre tentando manter a calma e não deixando que seu filho perceba a preocupação da família. Isso só aumenta a possibilidade de novas crises.
- Controle a ansiedade. Nada de tapinhas no bumbum, nos pés e nem assoprar o rosto do neném; simplesmente não funciona. Experimente massagear a região do peito, que estimula o retorno da respiração. Quando a crise cessar, deite o bebê no berço, sem muito alarde ou excesso de cuidados.

Atenção!
As crises não deixam seqüelas e nem provocam a morte. Se não existir qualquer distúrbio cardíaco, vão desaparecer até os cinco anos de idade.

Fonte: Site TopBaby (http://www.uol.com.br/)
Maria Amélia de Oliveira
Consultoria: Dr. Paulo Roberto Lopes, pediatra. Médico da Unidade Materno-Infantil do Hospital dos Servidores/RJ

Queimaduras: acidentes comuns no período de férias.

Segundo as diretrizes das Sociedades de Pediatria, a melhor maneira de preveção de qualquer acidente doméstico é afastar todo e qualquer objeto ou condição que possa acarretar algum acidente.
Por exemplo:
- Não adianta por o frasco com soda cáustica no local mais elevado da cozinha. A melhor maneira de prevenção é não ter em casa.
- A melhor maneira de evitar queimaduras na cozinha não é pondo os cabos das panelas virados para dentro. A maneira mais eficaz é não permitir que a criança entre na cozinha (colocação de portãozinho na porta da cozinha).

Cerca de 55% dos casos de queimaduras em bebês são provocados pelo contato com líquidos ferventes. Podem ocorrer durante o banho, atingindo principalmente a região genital, ou pela ingestão de alimentos muito quentes, lesando o interior da boca e os lábios. Ou, ainda, por acidentes com fogões, aquecedores e churrasqueiras. Choque elétrico, exposição prolongada ao sol e contato com substâncias inflamáveis, como o álcool, também estão entre os fatores de risco. Os acidentes, na maioria das vezes, acontecem dentro de casa, inclusive na presença dos adultos. E deixam marcas físicas e emocionais para toda a vida.

Graus de intensidade

Conforme sua profundidade, a queimadura tem as seguintes classificações:

Primeiro grau – lesão mais superficial, que afeta somente a epiderme (camada superior da pele), deixando um tom avermelhado. Uma semana depois, a região descama e volta ao seu aspecto original.
Segundo grau – quando atinge a derme (segunda camada da pele). Forma bolhas, mas, se não houver complicações, em duas semanas a área queimada se regenera. Em casos mais graves, ficam algumas cicatrizes.
Terceiro grau – neste nível, a queimadura destrói a epiderme e a derme, deixando um aspecto de carne viva. Requer socorro médico imediato. A recuperação pode demorar meses, deixar o paciente incapacitado ou ter conseqüências ainda mais sérias.

No primeiro momento

Quando o bebê se queima, nada de apelar para cremes hidratantes, borra de café, pomadas, folha de bananeira ou qualquer outra substância. Lave a região queimada com água fria, corrente, e procure, imediatamente, o hospital.
Evite dar qualquer medicamento e não deixe que ele coma nada, porque pode haver necessidade de tomar um anestésico mais tarde. Dependendo do tipo de acidente, alguns cuidados são indispensáveis:

Trauma elétrico – desligue a corrente e reanime a criança, ainda em casa, com respiração boca-a-boca.
Trauma químico – lave seguidamente o local da lesão com água corrente.
Trauma por fogo – envolva a criança com um cobertor ou colcha. Em seguida, lave a região atingida com água fria.

Como prevenir?
Por maiores que sejam os cuidados, nem sempre é possível evitar estes acidentes. Mas, valem algumas recomendações:

- Siga o horário determinado pelo pediatra para a exposição ao sol: antes das 10:00h e depois das 15:00h.
- Vede as tomadas da casa com protetor próprio, além de não deixar fósforos, isqueiros, cigarros acesos ou produtos inflamáveis, como o álcool, em locais de fácil acesso.
- Teste, com o cotovelo, a temperatura da água, antes de colocar o bebê na banheira. E também a dos alimentos, líquidos ou sólidos que ele vai comer.
- Mantenha as crianças longe da cozinha, principalmente se o fogão ou o forno estiverem acesos. Para acendê-los, primeiro risque o fósforo e só depois gire o botão.
- Ao cozinhar, vire os cabos das panelas para dentro. Se usar a panela de pressão, espere que todo o vapor saia, antes de abri-la.
- Verifique possíveis vazamentos de gás, usando espuma de sabão para localizá-los. Caso existam, chame, imediatamente, o técnico especializado.

Regina Protasio
Consultoria: Dr. Carlos Fontana, cirurgião plástico. Chefe do Serviço de Queimaduras do Hospital das Clínicas/SP

Intoxicação alimentar: o que é e como evitar.

Confira dicas de como evitar esse problema com a sua família. E atenção: um estudo revela que o perigo também está em alimentos preparados e consumidos dentro das residências

Festas de fim de ano. Apesar de toda vez você jurar que não vão exagerar nas comidas, não tem jeito. Cada um da sua família se arrisca para fazer um prato especial para comemorar o Natal e o Ano Novo ao lado dos amigos, das crianças. Mas além do cuidado para que a receita dê supercerto, é preciso também ficar atenta com a manipulação e conservação das comidas, e evitar que uma intoxicação alimentar atrapalhe a alegria desta época tão esperada.
A intoxicação alimentar é causada por alimentos contaminados por bactérias nocivas. Os sintomas mais comuns são vômitos, dores abdominais, diarreia e dores de cabeça e podem surgir de uma a 48 horas depois da ingestão do alimento, dependendo do tipo de bactéria. Ao contrário do que se acredita, os alimentos deteriorados não são a principal causa das intoxicações alimentares, pois a alteração do cheiro, do sabor e da aparência do alimento faz com que ele seja evitado. O maior risco, portanto, são os agentes que contaminam sem “estragar” o produto.
E você pensa que isso acontece só fora de casa? Um estudo realizado pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo mostrou que 27% dos surtos de intoxicação acontecem com alimentos preparados e consumidos dentro de casa. Em restaurantes, padarias, lanchonetes e outros estabelecimentos esse índice é de 24%. “O cuidado na hora de preparar alimentos é fundamental para evitar intoxicações”, diz Maria Bernadete de Paula Eduardo, diretora da Divisão de Doenças Transmitidas por Água e Alimentos do Centro de Vigilância Epidemiológica da Secretaria.
Segundo a especialista, a temperatura dos alimentos preparados merece atenção. O ideal é deixá-los aquecidos a 70o ou dentro da geladeira. Em temperatura ambiente, pode haver o crescimento de bactérias ou de suas toxinas, por isso as refeições não podem ficar mais que duas horas fora de refrigeração. “Não é recomendável deixar sobras de comida em cima do fogão ou dentro de um forno desligado”, diz Bernadete. Para evitar a transmissão da bactéria Salmonella Enteritidis, responsável por 50% dos casos de gastroenterites, não ofereça à sua família ovos mal cozidos ou alimentos preparados à base de claras e gemas cruas.

Como prevenir

- Em primeiro lugar, é preciso conhecer a origem dos alimentos que vai oferecer à família, dentro ou fora de casa;
- Mantenha a cozinha sempre limpa;
- Lave as mãos antes de cozinhar, depois de ir ao banheiro ou trocar a fralda do bebê;
- Ferva a água para beber e cozinhar, caso o fornecimento de sua cidade não for confiável;
- Conserve os alimentos em local apropriado e, se possível, prepare a quantia exata de alimentos que a família for consumir, pouco antes da refeição;
- Não misture alimentos de origens diferentes, como carnes e verduras, em cima da pia;
- Não use a mesma faca durante a preparação de diferentes alimentos;
- Frutas e verduras devem ser lavados com água corrente antes do consumo. Caso vá ingerir os vegetais crus, deixe-os de molho por 15 minutos em produto indicado para desinfecção (como hipoclorito de sódio). Vinagre doméstico não mata as bactérias!
- Cozinhe bem os alimentos (principalmente as carnes). Sempre aqueça as sobras antes de ingeri-las (a 70o);
- Lave latinhas de refrigerantes ou outras bebidas com água e sabão;
- Lave bem as mãos do seu filho depois de brincar ou cuidar dos animais de estimação (faça o mesmo);
- Antes de colocar qualquer item no carrinho do supermercado, por exemplo, leia o rótulo do produto. Além da data de fabricação, verifique se a embalagem está limpa. Há algum furo ou lacre rompido? Evite comprar enlatados cuja lata se encontra amassada ou estufada. Por último, veja se o alimento possui o endereço do fabricante ou algum tipo de certificação, como o SIF (Serviço de Inspeção Federal) no caso das carnes ou o selo verde para os orgânicos;
- Em restaurantes, observe com atenção a higiene do local. Comidas em buffet, se não estiverem quentes ou refrigeradas de acordo, oferecem mais riscos de contaminação. O mesmo acontece com alimentos vendidos por ambulantes.
 
Fonte: Revista Crescer (http://revistacrescer.globo.com/)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Teste do Pezinho

Nome popular para a triagem neonatal, o teste do pezinho é feito a partir de gotas de sangue colhidas do calcanhar do recém-nascido. Por ser uma parte do corpo rica em vasos sanguíneos, o material pode ser colhido através de uma única punção, rápida e quase indolor para o bebê.
Em sua versão mais simples, o teste do pezinho foi introduzido no Brasil na década de 70 para identificar duas doenças (chamadas pelos especialistas de "anomalias congênitas", porque se apresentam no nascimento): a fenilcetonúria e o hipotireoidismo congênito. Ambas, se não tratadas a tempo, podem levar à deficiência mental. Logo, é importante certificar-se, quando escolher a maternidade, se o local está apto a realizar este exame.
A identificação precoce de qualquer dessas doenças permite evitar o aparecimento dos sintomas, através do tratamento apropriado. Por isso, recomenda-se realizar o teste imediatamente entre o 3º e o 7º dia de vida do bebê. Antes disso os resultados não são muito precisos ou confiáveis. A partir desse prazo, leve seu filho para fazer o exame o mais cedo possível. Assim o tratamento, se for o caso, será mais eficaz.
Em 1992 o teste se tornou obrigatório em todo o país, através de lei federal. Em 2001, o Ministério da Saúde criou o Programa Nacional de Triagem Neonatal (portaria 822), com o objetivo de atender a todos os recém-natos em território brasileiro.
O PNTN prevê o diagnóstico de quatro doenças: Hipotireoidismo Congênito, Fenilcetonúria, Hemoglobinopatias e Fibrose Cística, mas já existe uma versão ampliada, que permite identificar mais de 30 doenças antes que seus sintomas se manifestem. Trata-se, no entanto, de um recurso sofisticado e ainda bastante caro, não disponível na rede pública de saúde.
Nos casos com resultados de triagem alterados, o laboratório central deve acionar o posto de coleta para que entre em contato com a família e trazer a criança para a realização de exames confirmatórios.

Importante: o Teste do Pezinho é apenas um teste de triagem. Um resultado alterado não implica em diagnóstico definitivo de qualquer uma das doenças, necessitando, de exames confirmatórios.

Em Teresina, o serviço de referência para o programa de Triagem neonatal é o Hospital Infantil Lucídio Portela (Fone: 3221-3435).


Fonte: Ministério da Saúde.


quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Asma

A asma brônquica é uma doença pulmonar crônica e muito freqüente em todo o mundo. Geralmente se inicia na infância e poderá ou não durar por toda a vida. É a principal causa de tosse crônica em crianças e está entre as principais causas de tosse crônica em adultos.

Esta doença se caracteriza pela inflamação crônica das vias aéreas, o que determina o seu estreitamento, causando dificuldade respiratória. Este estreitamento é reversível e pode ocorrer em decorrência da exposição a diferentes fatores desencadeantes ("gatilhos"). Esta obstrução à passagem de ar pode ser revertida espontaneamente ou com uso de medicações.
Dentre os maiores gatilhos para a asma, os mais comuns são:
- alterações climáticas,
- o contato com a poeira doméstica,
- mofo,
- pólen,
- cheiros fortes,
- pêlos de animais,
- gripes ou resfriados,
- fumaça,
- ingestão de alguns alimentos ou
- medicamentos.
Nas crises de asma, ocorre uma hiperreatividade brônquica, levando ao estreitamento das vias aéreas. Este fenômeno leva à tosse, chiado no peito e falta de ar.
Os mecanismos que causam a asma são complexos e variam entre a população. Nem toda a pessoa com alergia tem asma e nem todos os casos de asma podem ser explicados pela resposta alérgica do organismo a determinados estímulos.
De qualquer forma, cerca de um terço de todos os asmáticos possui um familiar (pais, avós, irmãos ou filhos) com asma ou com outra doença alérgica.
Alguns asmáticos têm como "gatilho" o exercício. Ao se exercitarem, entram numa crise asmática com tosse, chiado no peito (sibilância) ou encurtamento da respiração.
Alguns vírus e bactérias causadoras de infecções respiratórias também podem estar implicadas em alguns casos de asma que se iniciam na vida adulta.

O que se sente?
Caracteristicamente, nesta doença, os sintomas aparecem de forma cíclica, com períodos de piora. Dentre os sinais e sintomas principais, estão:
- tosse - que pode ou não estar acompanhada de alguma expectoração (catarro).
- falta de ar
- chiado no peito (sibilância)
- dor ou "aperto" no peito
Os sintomas podem aparecer a qualquer momento do dia, mas tendem a predominar pela manhã ou à noite.

Como o médico faz o diagnóstico?
O diagnóstico é feito baseado nos sinais e sintomas que surgem de maneira repetida e que são referidos pelo paciente.
No exame físico, o médico poderá constatar a sibilância nos pulmões, principalmente nas exacerbações da doença. Contudo, nem toda sibilância é devido à asma, podendo também ser causada por outras doenças. Todavia, nos indivíduos que estão fora de crise, o exame físico poderá ser completamente normal.

Existem exames complementares que podem auxiliar o médico. Dentre eles, estão:
- a radiografia do tórax,
- exames de sangue e de pele (para constatar se o paciente é alérgico) e a
- espirometria - identifica e quantifica a obstrução ao fluxo de ar.

O asmático também poderá ter em casa um aparelho que mede o pico de fluxo de ar, importante para monitorar o curso da doença. Nas exacerbações da asma, o pico de fluxo se reduz.

Como se trata?
Para se tratar a asma, a pessoa deve ter certos cuidado com o ambiente, principalmente na sua casa e no trabalho. Dentre os cuidados mais importante, destaca-se a retirada de cortinas e tapetes que possam acumular poeira. deve-se evitar a criação de animais dométicos dentro de casa. Ao se realizar a limpeza da casa, o asmático não deve estar presente. Deve-se evitar poeira e fumaça, principalmente a do cigarro (fumantes passivos).
Junto, deverá usar medicações e manter consultas médicas regulares.

Duas classes de medicamentos têm sido utilizadas para tratar a asma:

1- Broncodilatadores
2- Antiinflamatórios horminais (corticóides), sendo estes a melhor classe de medicamento para o combate da asma.

Existem outras possibilidades de tratamento, como o cromoglicato de sódio (bastante utilizado em crianças pequenas), o nedocromil, o cetotifeno e os anti-leucotrienos. Este último é relativamente novo e pode ser usado em casos específicos de asma ou associado aos corticóides.

Tanto os broncodilatadores quanto os antiinflamatórios podem ser usados de várias formas:
- por nebulização,
- nebulímetro ("spray" ou "bombinha"),
- inaladores de pó seco (através de turbohaler, rotahaler, diskhaler ou cápsulas para inalação) – são diferentes (e práticos) dispositivos para inalação,
- comprimido,
- xarope

Os médicos dão preferência ao uso das medicações por nebulização, nebulímetro ou inaladores de pó seco por serem mais eficazes e causarem menos efeitos indesejáveis.

Como se previne?
De longe, os corticóides inalatório são os mais indicados na prevenção da asma. Estes poderão estar ou não associados aos beta2-agonistas de longa duração e os antileucotrienos, além de ter um bom controle ambiental, evitando exposição aos "gatilhos" da crise asmática.
Não há como prevenir a existência da doença, mas sim as suas exacerbações e seus sintomas diários.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Pesquisa alerta: 40% das vítimas do fumo passivo no Brasil são crianças!

Os pais que fumam sabem o risco que o hábito traz à sua saúde e à de seus filhos. Mas talvez não imaginem até onde o bem-estar da criança pode ser prejudicado. Um estudo realizado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) revelou que 40% das vítimas do fumo passivo no Brasil são crianças.
Fumante passivo é quem aspira a fumaça tóxica liberada pelo fumante ativo, por meio do convívio no mesmo ambiente fechado. Ou seja, pais que fumam dentro de casa ou do carro comprometem efetivamente a saúde dos filhos. De acordo com os dados da OMS, uma em cada quatro crianças brasileiras tem pelo menos o pai ou a mãe com o vício. As infecções respiratórias, em especial pneumonia, são as principais causas de morte. E o pulmão daquelas expostas ao fumo podem sofrer atraso em seu desenvolvimento.
E não é só isso. Uma pesquisa canadense chamou a atenção para a quebra de um grande clichê: pessoas que não fumam não podem ser dependentes de nicotina. Os testes e entrevistas mostram que isso não só não é verdade como também pode ser aplicado às crianças expostas ao contato com a fumaça do cigarro
A pesquisa envolveu nove instituições de ensino diferentes aponta que uma quantidade significativa de filhos de pais fumantes acaba incorporando os males do fumo, mesmo sem nunca ter colocado um cigarro na boca. Liderada por Jennifer O'Loughlin, pesquisadora da Universidade de Montreal, Canadá, a pesquisa revela que sintomas claros de dependência de nicotina, como depressão, insônia, irritabilidade, ansiedade, aumento de apetite e problemas na concentração, foram observados em cerca de 5% das 1.800 crianças entrevistadas, todas entre 10 e 12 anos, e que nunca haviam fumado. “Esses dados servem para mostrar que políticas públicas relacionadas ao fumo precisam ser rígidas”, comenta O’Loughlin.
Outro fator relevante é que pais que fumam influenciam suas crianças também psicologicamente. Um estudo liderado pelo Hospital das Clínicas de Pernambuco aponta que pais que fumam exercem forte influência na decisão dos filhos de experimentar o cigarro. De acordo com os resultados 90% dos jovens fumantes começam a fumar espelhados em atitudes da própria família. Mariana Leme tem 22 anos e confessa ser fumante desde os 15. “Experimentei cigarro pela primeira vez aos 12 anos. Para mim sempre foi uma coisa normal. Em casa todos fumam. Eu achava charmoso”, revela. Quando o assunto é cigarro, os números das pesquisas reforçam: não há quantidade segura e o vício não prejudica somente o fumante, e sim toda a sua família.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

VAIDADE INFANTIL: até quando é normal?!

Que menina nunca brincou de colocar as roupas e os sapatos da mãe? E qual menino nunca parou em frente ao espelho para comparar os músculos aos do pai?
Imitar adultos faz parte da infância e, para especialistas, a brincadeira é saudável. Para a psicóloga Patricia Spada é normal que as crianças procurem uma identificação com o mundo adulto. Segundo ela, "o problema acontece quando a imitação vira um culto à beleza física, e a vaidade começa a ganhar mais espaço na vida das crianças do que deveria".
A dona-de-casa Lídia Maria Alves, 34 anos, diz que é difícil lidar com a vaidade da filha Caroline, 9 anos. "Ela quer fazer escova, pintar as unhas e viver maquiada", conta a mãe, que procura colocar limites. "Deixo algumas vezes, mas não dá para permitir certas coisas", conta.
Para Harumi Nemoto Kaihami, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês, é preciso saber dizer "não". "Dizer 'não' envolve sempre ser firme e responsável pela integridade da criança e, acima de tudo, com amor", afirma.
Saiba como lidar com a vaidade infantil:

Quando geralmente começa
- Desde muito pequenas, por volta de 1 ano de idade, as crianças começam a imitar o que vêem. Basta entrarem no universo da compreensão para adotarem um comportamento imitativo
- Meninos e meninas, por volta dos 5 ou 6 anos, tendem a imitar os pais
- As meninas podem querer vestir as roupas e os sapatos das mães e usar maquiagem
- Meninos podem sentir vontade de se barbear e admirar os "músculos" no espelho

É saudável quando
- Trata-se de uma brincadeira
- A menina vai "treinando" para ser mulher
- Os meninos procuram ganhar referências de figuras masculinas
- A vaidade tem limites impostos pelos pais

É prejudicial quando
- A vaidade se torna obsessiva
- A criança quer se parecer com um adulto na forma de se vestir no dia-a-dia
- A preocupação com a imagem passa a ser a prioridade da criança
- Existe um impulso consumista por roupas e cosméticos
- A criança deixa de comer com a preocupação de emagrecer

O papel dos pais
- Os pais são as primeiras referências de uma criança. Eles devem dar o exemplo e ficar atentos com exageros em relação à sua própria vaidade
- É importante diferenciar o que é uma brincadeira de se maquiar em casa e o que é sair de casa para ir à escola, todos os dias, de maquiagem
- O acompanhamento do dia-a-dia da criança é fundamental
- O diálogo é sempre o melhor caminho. Converse com seu filho e mostre que há coisas mais importantes do que a supervalorização da beleza física
- Incentive a criança a se aceitar como ela é
- Saiba dizer "não". Se a situação for recorrente e a conversa não for suficiente, aplique um castigo, deixando a criança sem um brinquedo que ela gosta por uns dias. Mas se lembre sempre de ter bom senso

Fontes: Patricia Spada, especialista em psicologia infantil da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo); Raul Gorayeb, do Cria (Centro de Referência da Infância e Adolescência); e Harumi Nemoto Kaihami, psicóloga do Hospital Sírio-Libanês.

Socooooorro!!!! Meu filho está com FEBRE!

Que queixa mais chata e incômoda que a febre nos nossos filhos?
E quer uma resposta mais irritante ainda do que quando o pediatra nos diz que é apenas uma VIROSE?
Pois podem crer: pediatra tem grande chance de estar certo sem nem mesmo examinar seu filho (80%, aproximadamente).
As infecções de vias aéreas superiores (IVAS) são as doeças mais comuns na infância e as maiores responsáveis pelas consultas em pediatria. São inevitáveis e acomente as crianças umas 5-8 vezes por ano, pelo menos, com tendência a ficarem mais frequentes quando seus filhos frequentam creches ou escolas.
As IVAS que se caranterizam por FEBRE, coriza, lacrimejamento, prostração.
Podemos diferencias dois grandes grupos: os resfriados e as gripes.
Os resfriados são mais amenos, com poucos sintomas e praticamente sem repercussão sobre o estado geral do paciente. Já nas gripes, a febre e a prostração é um pouco maior, podendo vir acompanhado de rinite, sinusite, conjuntivite, laringite, com perda de apetite e vômitos, estes últimos principalmente na vigência da febre.
Existem mais de 200 sorotipos de vírus causadores das gripes e resfriados e os exames de rotina, tais como hemograma, não conseguem distinguir o virus causador da tormenta. Por isso, não crussifique seu pediatra se ele não der a resposta que você gostaria de ouvir ou se disser que o exame clínico é suficiente para se tomar a conduta final.
Uma avaliação criteriosa por parte do médico com avaliação do estado geral do paciente, ausculta pulmonar, observação de garganta e ouvidos (otoscopia) deixa, pelo menos, a mãe tranquila quanto à não necessidade do uso de antibióticos.
O tratamento desses quadros se faz apenas com uso de medicações sintomáticas, tratando a febre e instilando soro fisiológico nas narinas ou com uso de descongestionantes nasais tópicos, nos casos em que a obstrução é mais intensa, impediando o sono e a amamentação dos mais pequenos.
O uso de antibióticos para prevenir complicação bacteriana deve ser evitado, pois não tem esta propriedade, podendo levar, inclusive, a infecções resistentes aos antibióticos habituais.
A vitamina C não tem nenhum efeito curativo ou preventivo das IVAS.
Uma medida caseira, mas que pode ser utilizada, são os chás, principalmente aqueles que contenha alho (Expectorante, antigripal, febrífugo, desinfetante, antinflamatório, antibiótico, antisséptico, vermífugo - segundo o site da USP), mel e limão. Outras plantas que podem ser utilizadas são a cebola, o sabugueiro, a carqueja, o mamão e o picão-preto (para mais informações, pesquisar em http://ci-67.ciagri.usp.br/pm/).

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Fibrose Cística

A fibrose cística, também conhecida como mucoviscidose, é uma doença multissistêmica e hereditária que afeta principalmente as glândulas exócrinas, tais como o pâncreas, as glândulas sudoríraras e as glândulas produtotras do muco das vias respiratórias, mais especificamente dos pulmões.
O acometimento pancreático leva a deficiência na produção de enzimas digestivas, levando má absorção dos alimentos, e com isso a processos crônicos de diarréia e a quadros de desnutrição importantes.
O acometimento pulmonar, geralmente a causa das mortes prematuras por esta doença, deve-se a produção deficiente das suas secreções, levando a processos infecciosos de repetição e resistentes aos tratamentos habituais, com quadros de dificuldade respiratória progressiva
Outros sintomas também muito frequentes são as sinusites, pólipos nasais e a infertilidade.
Esta doença é causada por uma mutação no gene chamado regulador de condutância transmembranar de fibrose cística (CFTR). Esse gene intervém na produção do suor, dos sucos digestivos e dos mucos. Apesar de a maioria das pessoas não afetadas possuírem duas cópias funcionais do gene, somente uma é necessária para impedir o desenvolvimento da fibrose cística. A doença se desenvolve quando nenhum dos genes atua normalmente. Portanto, a fibrose cística é considerada uma doença autossômica recessiva.
Ela é mais comum entre caucasianos e asquenazes; uma em 25 pessoas descendentes de europeus carrega um gene para fibrose cística. Aproximadamente 30.000 americanos possuem FC, fazendo desta uma das doenças hereditárias mais comuns.
Indivíduos com fibrose cística podem ser diagnosticados antes do nascimento através do exame genético ou no princípio da infância pelo teste do pezinho e confirmada pelo teste do suor.
Não há cura para a FC e a maioria dos portadores morrem ainda jovens — muitos entre os 20 e 30 anos por insuficiência respiratória. Ultimamente tem-se recorrido ao transplante de pulmão para conter o avanço da doença.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dengue: Conheçer é Prevenir.

A dengue é uma doença febril aguda causada por um vírus de evolução benigna, na maioria dos casos, e seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti, que se desenvolve em áreas tropicais e subtropicais.
O vírus causador da doença possui quatro sorotipos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. A infecção por um deles dá proteção permanente para o mesmo sorotipo e imunidade parcial e temporária contra os outros três.
Existem duas formas de dengue: a clássica e a hemorrágica. A dengue clássica apresenta-se geralmente com febre, dor de cabeça, no corpo, nas articulações e por trás dos olhos, podendo afetar crianças e adultos, mas raramente mata. A dengue hemorrágica é a forma mais severa da doença, pois além dos sintomas citados, é possível ocorrer sangramento, ocasionalmente choque e conseqüências como a morte.

TRANSMISSÃO
A dengue não é transmitida de pessoa para pessoa. Seu principal vetor é o mosquito Aedes aegypti que, após um período de 10 a 14 dias, contados depois de picar alguém contaminado, pode transportar o vírus da dengue durante toda a sua vida. O ciclo de transmissão ocorre do seguinte modo: a fêmea do mosquito deposita seus ovos em recipientes com água. Ao saírem dos ovos, as larvas vivem na água por cerca de uma semana. Após este período, transformam-se em mosquitos adultos, prontos para picar as pessoas. O Aedes aegypti procria em velocidade prodigiosa e o mosquito adulto vive em média 45 dias.

Temperatura

A transmissão da doença raramente ocorre em temperaturas abaixo de 16° C, sendo que a mais propícia gira em torno de 30° a 32° C. A fêmea coloca os ovos em condições adequadas (lugar quente e úmido) e em 48 horas o embrião se desenvolve. É importante lembrar que os ovos que carregam esse embrião podem suportar até um ano a seca e serem transportados por longas distâncias, grudados nas bordas dos recipientes. Essa é uma das razões para a difícil erradicação do mosquito. Para passar da fase do ovo até a fase adulta, o aedes demora em média dez dias.
Os mosquitos acasalam no primeiro ou no segundo dia após se tornarem adultos. Depois deste acasalamento, as fêmeas passam a se alimentar de sangue, que possui as proteínas necessárias para o desenvolvimento dos ovos.
O Mosquito Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas. Costuma picar nas primeiras horas da manhã e nas últimas da tarde, evitando o sol forte, mas, mesmo nas horas quentes, ele pode atacar à sombra, dentro ou fora de casa. Há suspeitas de que alguns ataquem durante a noite. O indivíduo não percebe a picada, pois no momento não dói e nem coça.
Segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) a fêmea do Aedes voa até mil metros de distância de seus ovos. Com isso, os pesquisadores descobriram que a capacidade do mosquito é maior do que os especialistas acreditavam. Até então, eles sabiam que o Aedes só se distanciava cem metros.

Sintomas

Após a picada do mosquito, os sintomas se manifestam a partir do terceiro dia. O tempo médio do ciclo é de 5 a 6 dias.O intervalo entre a picada e a manifestação da doença chama-se período de incubação. É depois desse período que os sintomas aparecem:

Dengue Clássica

Febre alta com início súbito· Forte dor de cabeça· Dor atrás dos olhos, que piora com o movimento dos mesmos· Perda do paladar e apetite· Manchas e erupções na pele semelhantes ao sarampo, principalmente no tórax e membros superiores· Náuseas e vômitos· Tonturas· Extremo cansaço· Moleza e dor no corpo · Muitas dores nos ossos e articulações.

Dengue Hemorrágica

Os sintomas da dengue hemorrágica são os mesmos da dengue comum. A diferença ocorre quando acaba a febre e começam a surgir os sinais de alerta:· Dores abdominais fortes e contínuas. Vômitos persistentes · Pele pálida, fria e úmida· Sangramento pelo nariz, boca e gengivas· Manchas vermelhas na pele· Sonolência, agitação e confusão mental· Sede excessiva e boca seca· Pulso rápido e fraco· Dificuldade respiratória· Perda de consciência.
Na dengue hemorrágica o quadro clínico se agrava rapidamente, apresentando sinais de insuficiência circulatória e choque, podendo levar a pessoa à morte em até 24 horas. De acordo com estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 5% das pessoas com dengue hemorrágica morrem. O objetivo do Ministério é que esse número seja reduzido a menos de 1%.

TRATAMENTO

O Aedes Aegypti mede menos de um centímetro, tem aparência inofensiva, cor café ou preta e listras brancas no corpo e nas pernas.
A reidratação oral é uma medida importante e deve ser realizada durante todo o período de duração da doença e, principalmente, da febre. O tratamento da dengue é de suporte, ou seja, alívio dos sintomas, reposição de líquidos perdidos e manutenção da atividade sangüínea. A pessoa deve manter-se em repouso, beber muito líquido (inclusive soro caseiro) e só usar medicamentos prescritos pelo médico, para aliviar as dores e a febre.
o ser observado o primeiro sintoma, deve-se buscar orientação médica no posto de saúde mais próximo. As pessoas que já contraíram a forma clássica da doença devem procurar, imediatamente, atendimento médico em caso de reaparecimento dos sintomas agravados com os sinais de alerta, pois correm o risco de estar com dengue hemorrágica, que é o tipo mais grave. Todo tratamento só deve ser feito sob orientação médica.
 
Fonte: Ministério da Saúde

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Transtorno do Déficit de Atenção ou falta de limites?

Apesar do muito que já se tem dito sobre crianças com TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com ou sem Hiperatividade) esse termo permanece gerando dúvidas em pais e professores. Afinal, como saber se a criança é apenas agitada, com poucos limites ou se é portadora desse transtorno?
No caso do TDAH, a criança apresenta primordialmente uma dificuldade generalizada para manter a atenção voluntária, ou seja, para dirigir e concentrar sua atenção naquilo que lhe é solicitado observar ou executar. Pode haver também uma atividade motora inútil, ou seja, a criança se movimenta sem objetivo claro: balança os pés, as mãos, o corpo, passa a maior parte do tempo se deslocando quando deveria estar quieta, pois não consegue se controlar. Pode ainda apresentar um grau acentuado de impulsividade, que a prejudica tanto no trato social como escolar, pois assim como responde antes do professor acabar de perguntar, pode se tornar excessivamente reativa ao meio e até agir agressivamente acabando por ter problemas sérios de relacionamento social.
São crianças e jovens que se deixam levar facilmente por suas emoções, desejos ou necessidades. Têm dificuldade para parar e pensar, antes de agir. Percebe-se ao longo do tempo, que essas crianças não conseguem deixar o modo impulsivo de adaptar-se ao meio, próprio dos primeiros seis anos de vida por um modo mais reflexivo que deve começar a surgir nessa idade, com a mediação dos processos atencionais.
A real dificuldade de selecionar estímulos, de manter a atenção sobre eles e as mudanças freqüentes do foco atencional, justificam a razão pela qual crianças portadoras de TDAH precisam de ajuda profissional para adquirir hábitos e estratégias cognitivas, que lhes permitam um desempenho escolar à altura de sua capacidade.
Como têm enorme dificuldade de encontrar uma motivação intrínseca por tarefas que não apresentem uma recompensa imediata ou que não sejam atraentes, os pais e professores freqüentemente ficam admirados com o diagnóstico, pois lhes parece estranho a criança só conseguir prestar atenção àquilo de que gosta...
Quando a questão da desatenção e da agitação excessiva pode ser controlada pelo indivíduo ou pelo meio, de modo eficaz, ao longo de várias horas e em diferentes situações, dificilmente se trata de uma criança ou um jovem com TDAH.
É importante saber ainda que, embora a hipercinesia tenda a diminuir com a idade, sabe-se que adolescentes com TDAH são mais adeptos a esportes radicais, a enfrentar aventuras e perigos do que seus iguais e, quando adultos, essa hiperatividade e impulsividade torna-se mais subjetiva, ou seja, conseguem ter uma atividade física menos exuberante, mas dedicam-se via de regra a estar sempre fazendo alguma coisa ou até mesmo fazendo várias coisas ao mesmo tempo.

Por Maria Irene Maluf
Pedagoga especialista em Psicopedagogia
Presidente Nacional da ABPp - Associação Brasileira de Psicopedagogia

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Confira linha do tempo da comida

Da caça ao fast-food, muito mudou na maneira como nos alimentamos. Galileu preparou um histórico das principais alterações no modo como nos relacionamos com os alimentos desde a pré-história. Confira:

* Neolítico

Primeira grande mudança na alimentação. Passagem do homem caçador para o agricultor.

* 5400 AC - Pérsia (Irã)
Surge o vinho. A prova: vestígios de ácido tartárico encontrado em vasos da época. Os persas conheciam também o sorvete, por exemplo.

* 4000 AC
Os chineses já cultivavam laranjas.

* Até 2 DC - Império Romano
As pessoas comiam deitadas em camas dispostas num ambiente chamado Triclinium. A base do tempero era o garum, um fermentado de vísceras de peixe que valia mais que o ouro. Ainda hoje se come garum, mas apenas no Vietnã. O primeiro livro de cozinha, Apicius, é com receitas dessa época.

* Alta Idade Média (século 5 a 11)
Feudalismo, era de força, guerras. Comia-se muita carne e o bacana era ser gordo.

* Século 8
Os muçulmanos trazem do Oriente para a Europa as laranjas, gado, café, arroz e a cana-de-açúcar, que estimularia grandes expedições pelo mundo.

* Século 10
O Império Bizantino inventa a toalha de mesa, os talheres e a mesa para as refeições. Antes disso, a maioria das refeições era feita deitada (Imp. Romano) ou sentada no chão (muçulmanos).

* Século 13 - Europa (sobretudo península Ibérica)
Durante a Inquisição, uma das maneiras mais simples de se identificar famílias judias (ou cristãos novos) era verificar o que comiam, já que as diferenças étnicas são poucas. Porco, animais que tenham casco bipartido e crustáceos fazem parte da lista de tabus alimentares dos judeus, assim como o pão feito com levedura. Nesse período, o pão ázimo praticamente desaparece da Europa. Além disso, todas as diásporas foram importantes para espalhar pelo mundo produtos judaicos: o cordeiro como carne básica, a amêndoa como base para doces, o azeite de oliva. A cozinha judaica sempre foi uma culinária de fusão entre a mediterrânea, árabe e ibérica.

* Século 15
Chegada dos produtos americanos na Europa e dos europeus na América. Introdução de cana-de- açúcar, café, laranja e gado (trazidos do oriente para Europa pelos muçulmanos). Da América para a Europa foram feijões, batatas, tomate, pimentão, cacau.
Curiosidade: batata era comida de porco, só passou a ser consumida por gente no século 18. Muito de sua implantação se deve a Parmentier, o francês que até hoje batiza um conhecido prato feito com... batata.

* Séculos 15, 16 – Itália
Cozinha italiana fica forte, junto com o Renascimento. Banquetes fartíssimos, comida barroca, vários temperos misturados. Curiosidade: uma coisa que eles faziam bastante era rechear um porco com um pavão, que por sua vez estava recheado por um frango, que por sua vez vinha com uma perdiz dentro. Uma matrioska da gula.

* Século 17 – França
Hegemonia da cozinha francesa (dura até hoje). Não só a comida, como a “art de table” francesa, os modos. Começou com Luís XIV. Depuração do gosto.

* Século 19
Invenção do Hambúrguer nos Estados Unidos – 1885
Invenção da Coca-Cola - 1886

* Anos 1910 – França
Surge o primeiro guia de restaurantes/viagens, o Michelin (o senhor fabricava pneus, portanto tinha que fazer com que as pessoas gastassem seus pneus, assim resolveu lançar um guia de viagens). É o mesmo Michelin que até hoje manda na gastronomia mundial.

* Anos 50
A moda das lanchonetes americanas, fast food

* Décadas de 70/80 - França
Nouvelle Cuisine
Porções mínimas, pouco cozimento, poucos molhos, o alimento com o sabor natural dele. Pratos bonitos e elaborados. Coincide com a época do culto ao corpo. Condimentos praticamente reduzidos ao sal
Globalização do gosto – temperos vindos do mundo inteiro se misturando.

* Anos 90 - Catalunha
Revolução catalã, comandada por Ferran Adrià. A cozinha como laboratório. Cozinha molecular (tecno emocional).
 
Fonte: http://revistagalileu.globo.com/

domingo, 8 de agosto de 2010

Quando o Xixi na Cama Vira Doença

Esse incômodo de acordar com a cama molhada é comum na infância já que o mecanismo urinário da criança até os cinco anos de idade está amadurecendo. O problema é quando a criança fica mais velha e continua encharcando o lençol.
Após os cinco anos, esse problema passa a ser uma doença chamada enurese noturna, quando a criança faz xixi na cama enquanto dorme. A enurese diurna existe, mas é mais difícil de acontecer. Normalmente ocorre quando a criança segura o xixi para continuar brincando ou tem alguma alteração na bexiga.
Essa doença afeta a auto-estima. E muitas vezes essas crianças são agredidas ou recebem castigos por terem feito xixi na cama. As atividades sociais como dormir na casa de um amiguinho são limitadas e as crianças acabam ficando tímidas por causa da doença.
Cerca de 15% das crianças chegam a ter a enurese noturna. É uma doença que precisa ser tratada por um especialista e, ao contrário do que muitos adultos pensam, não é manha nem uma forma de chamar a atenção.
Se um dos pais teve enurese quando criança, a chance do seu filho vir a apresentar o mesmo problema é de 44%. Já se pai e mãe apresentaram enurese na infância, a chance aumenta para 75%.
As causas são diversas como problemas hormonais, alterações anatômicas, problemas na bexiga, alterações neurológicas, musculares, infecciosas ou psicológicas.
Meninos sofrem mais - A enurese noturna acomete mais meninos do que meninas. Para cada menina, três meninos apresentam a doença. Novas técnicas de motivação estão sendo usadas para curar mais da metade das crianças com enurese noturna.
A primeira mudança na vida das crianças é em relação à alimentação. Alimentos que irritam a bexiga ou causam prisão de ventre devem ser evitados, como chocolate, café, refrigerante de cola e laranja.
A ingestão de líquidos também deve ser controlada nas horas que antecedem o sono. Há um hormônio antidiurético produzido por uma glândula do cérebro, a hipófise, que atua nos rins diminuindo a produção de urina durante a noite e grande parte das crianças com enurese sofre com a deficiência desse hormônio.
Exercício para segurar o pipi - Outro passo é conscientizar a criança de todo o processo urinário e orientar alguns exercícios para que ela tente aumentar o controle sobre a vontade de fazer xixi.
Uma motivação descontraída é toda vez que a criança acordar e perceber que não fez xixi na cama, ela marcará num diário com carinhas felizes ou estrelinhas e a cada etapa vencida, lembranças são dadas para a criança melhorar a auto-estima. Só não vai exagerar nos presentes.
A enurese pode melhorar espontaneamente, mas há casos que se prolongam até a idade adulta. O quanto antes a doença for diagnosticada e tratada, menor será o impacto na vida da criança.

Dicas

Faça seu filho beber muita água de uma só vez para o cérebro da criança começar a lidar com a sensação de bexiga cheia.
Não brigue ou castigue a criança, ela precisa ser tratada. Nenhuma criança faz xixi na cama porque quer.
Às vezes, a criança que já não fazia xixi na cama volta a fazer devido a alguma mudança como a chegada de um irmãozinho ou separação dos pais. O emocional fica perturbado. Neste caso, dê um pouco mais de atenção ao pequeno e não o reprima por ter molhado a cama.

Bruno Rodrigues

domingo, 1 de agosto de 2010

10 Perguntas Sobre a Palmada

Se você acha que um tapa no seu filho vai fazer com que ele aprenda sobre limites e respeito, mude de atitude já! A seguir, veja respostas para as dúvidas mais comuns sobre o assunto e, ainda, opções que vão além da palmada para impor limites mesmo nos momentos mais difíceis.


1 - O tapinha carinhoso deve ser considerado agressão?

O contato físico entre filhos e pais é fundamental. Nesse caso, você deve ter bom senso e analisar a situação. O tapa representa uma violência, a criança sente dor. Se esse for o caso, o tapa deve ser considerado uma agressão. Do contrário, se o contato faz parte de uma brincadeira, é leve e não incomoda, tudo bem. Mas o tapa pode ser um gesto mandatório e nem sempre os adultos percebem a força exercida. Na dúvida, não faça.

2 - O que a criança sente quando está apanhando?

Depende da idade. De um modo geral, a criança se sente agredida e não consegue relacionar o motivo da violência ao que fez para provocar aquilo. Ele sente medo e isso pode gerar traumas, afinal, ela está apanhando por um motivo não compreendido.

3 - Como a palmada se forma na memória do adulto?

Ninguém tem lembranças boas de um tapa. Mas como ele vai ser registrado na memória definitiva, varia de acordo com o vínculo afetivo estabelecido com os pais.

4 – Nesse caso, a palmada pode se transformar em algo aceitável, ou seja, um valor da família?

Sim. Antigamente, a palmada era usada como instrumento de educação de forma habitual. Dessa forma, o adulto pode entender que só é possível educar dessa forma, transmitindo os valores de violência e agressão para futuras gerações.

5 - Na minha casa, fui criado à base de palmada e hoje não tenho traumas. Por que, então, ela pode ser prejudicial ao meu filho?

Se você pensar dessa forma, deve voltar a assistir TV em preto e branco, andar com carros antigos, usar as roupas fora de moda. O mundo evoluiu em todos os sentidos, principalmente na forma de educar, que é a base da sociedade. Além disso, é impossível prever como um tapa será recebido por uma pessoa. Há quem seja mais tolerante e outros que sofram mais. Quem vai querer pagar para ver se isso causará problemas no filho, se existem outras maneiras de educar?

6 - Por que bater não educa?

Quando o adulto bate no filho, ele está reconhecendo que ficou impotente diante da atitude da criança. Mostra claramente que perdeu o controle de si mesmo e a agressão passa a ser a única maneira de manter a autoridade. A força física de um adulto é maior e se amplia nos momentos de raiva. Testar os limites dos pais é um comportamento típico que faz parte do aprendizado da convivência em família. Embora não seja fácil, os adultos devem lidar com as manhas com carinho e desenvolver a capacidade de dialogar e explicar as coisas para a criança sem violência. Afinal, ela é capaz de entender mais do que se imagina. Além disso, depois de bater muitos pais se arrependem. Essa atitude contraditória não é positiva para a criança.

7 - Quais são as consequências da palmada para vida da criança?

Em primeiro lugar, a criança primeiro não entende por que está apanhando. Pode sentir raiva do adulto e aprender que a força é um meio aceitável de conseguir o que quer. Além disso, para descontar o tapa que levou dos pais, vai bater nos amiguinhos. O adulto não tem moral para dizer que isso é errado, as referências da criança ficam, portanto, confusas. Para piorar, após a agressão, ela vai remoer coisas antigas, trazer à tona mágoas de quem o agrediu e até mesmo querer se afastar do agressor.

8 – Ela pode, ainda, ter outros problemas no futuro?

Sim. A criança que apanha também pode ter dificuldades para respeitar autoridades e receber ordens, já que era controlada pela força física. Ela obedecia para não apanhar ou somente depois de levar uns tapas. Assim, na ausência do castigo físico, perde as referências de até onde pode ir.

9 - Como agir em situações em que as crianças tiram os pais do sério ou ultrapassam limites, como birras e escândalos em lugares públicos?

A questão é colocar os limites claramente para as crianças antes, conhecer bem os seus filhos. Tapas não são capazes de corrigir as falhas na educação. O diálogo, a explicação de que aquilo não é certo, com carinho, é mais eficiente. Pois, dessa forma, a criança compreende melhor. O tapa só vai estancar uma ação que provavelmente irá se repetir.

10 – Em vez de bater, tem problema gritar com a criança?

Sim. Substituir os tapas por gritos também não adianta. É um tipo de agressão verbal, por isso, tem praticamente o mesmo efeito da violência física.

Fonte: Kátia Teixeira, psicóloga da clínica EDAC (SP), Cacilda Paranhos, especialista contra a violência infantil do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP)

10 passos para lidar com a birra da criança. E não perder a classe

1. Por pior que seja o “espetáculo”, NUNCA, JAMAIS, em tempo algum bata no seu filho.

2. Antes de sair, previna-se de possíveis contratempos. Se vai ao supermercado, fale que a criança tem direito a escolher dois doces, por exemplo.

3. Não ceda às manipulações. Mostrar que birras não dão resultado é um jeito de desestimulá-la a repetir a cena.

4. Avise seu filho que só conversará com ele depois que ele se acalmar (e você também...).

5. Se precisar dar uma bronca na criança, espere ela terminar de espernear e explique por que está sendo punida. É importante que ela entenda o que fez de errado e, para isso, precisa estar tranqüila para conseguir ouvir o que você tem a dizer.

6. Não brigue com seu filho na frente de todo mundo; isso o fará se sentir humilhado.

7. Desvie o foco da criança. Mostre um objeto diferente, o cachorrinho passando na rua, o avião lá no céu... Use a criatividade!

8. Algumas vezes, por trás da birra existe uma criança com fome, sono ou carente. Se for esse o caso, responda pacientemente e faça um carinho. Às vezes, é só disso que ela precisa.

9. Simplesmente ignorar a birra também pode dar bons resultados. Respire fundo.

10. Se não tiver como conter o show no meio da loja, simplesmente pegue seu filho no colo e vá embora. Sem escândalos. Ele vai perceber que não adiantou nada e você evita o constrangimento.

Por que as palmadas não educam

Para a Cacilda Paranhos, Educadora e Especialista Contra Violência Infantil do Laboratório de Estudos da Criança (Lacri), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), uma palmada só vai parar instantaneamente uma malcriação, que pode se repetir depois. "É comum que a criança teste até onde pode ir. Se ela associa o seu limite com o apanhar, vai provocar e seguir fazendo o que os pais não querem até que eles batam nela em vez de não fazer ou parar de fazer as coisas por saber que não deve . Mais grave ainda é a criança reproduzir o ato, bater em um amigo ou irmão acreditando que só por meio da agressão é que se consegue sucesso."

Fonte: Revista CRESCER (http://revistacrescer.globo.com/)

sexta-feira, 30 de julho de 2010

Estresse da mãe (um pouco) pode ajudar a desenvolver cérebro do feto, diz estudo.

Pesquisa liderada por ginecologista do John Hopkins aponta que estresse moderado durante a gravidez faz bebês terem maior controle sobre os movimentos.

Nem sempre o estresse durante a gravidez faz mal ao bebê. Segundo uma pesquisa publicada na revista Child Development (Desenvolvimento Infantil) e divulgada pelo site da revista inglesa Newscientist, mães um pouco estressadas podem ter filhos com o cérebro mais desenvolvido.

A experiência liderada pela ginecologista Janet Di Pietro, da Universidade americana John Hopkins, mostrou que os filhos de mães que passaram por períodos mais conturbados durante a gravidez se saíram melhor em testes. A equipe examinou 112 voluntárias americanas que estivessem no terceiro trimestre de gravidez. Os cientistas perguntaram para as mães qual era seu nível de estresse e estudaram os movimentos do feto. Além disso, examinaram os bebês duas semanas depois de seu nascimento.
Nas mulheres que estiveram sob maior tensão, os bebês se mexeram muito mais pelo útero. Depois do parto, esses bebês apresentaram uma irritação maior do que os outros. Apesar disso, seu cérebro estava mais desenvolvido e eles tinham maior controle sobre seus movimentos.
Uma das explicações dos cientistas é que o hormônio do estresse, o cortisol, ajuda na maturação cerebral. A hipótese é que os hormônios das mães tenha ajudado no desenvolvimento dos filhos. É claro que isso só vale para baixos níveis de stress, grandes emoções ainda são desaconselháveis. Outras pesquisas mostram que, em nível elevado, estresse durante a gravidez pode causar asma e aumentar a chance de esquizofrenia.

Fonte: Revista Galileu

Afeto materno na infância ajuda na vida adulta, diz pesquisa

Pessoas que recebem carinho de suas mães ainda quando bebês são mais capazes de lidar com as pressões da vida adulta, apontou um estudo americano.
Divulgada pela publicação científica “Journal of Epidemiology and Community Health”, o levantamento avaliou a infância e a vida adulta de 482 moradores do estado americano de Rhode Island.
Abraços, beijos e declarações de afeto da mãe aparentemente têm efeito no longo prazo e podem gerar um vínculo sólido com o bebê, contribuindo para a saúde emocional das pessoas, de acordo com os cientistas. Esta ligação não apenas reduz o estresse da criança, mas também a ajuda a desenvolver recursos que auxiliarão em suas interações sociais.

Carinho materno
Os psicólogos avaliaram a qualidade das interações entre mães e seu bebê de oito meses durante uma consulta de rotina. Eles conferiram uma “nota de afeição” à forma em como a mãe respondia às necessidades da criança.
Dos 482 casos, a cada dez mães, uma apresentou níveis baixos de afeição de pontuação. Cerca de 85% das mães demonstrou níveis normais de afeição, e 6% mostrou níveis altos.
Trinta anos mais tarde, os pesquisadores entraram em contato com as crianças para participar de uma pesquisa sobre bem-estar e emoções. Avaliaram o nível de ansiedade e hostilidade, além do estresse destes indivíduos. Também foi perguntado se achavam que as mães tinham dado afeto, com respostas variando entre "concordo enfaticamente" e "discordo enfaticamente".
Os pesquisadores perceberam que as crianças cujas mães se mostraram mais afetuosas aos oito meses de idade apresentavam os menores índices para os quesitos. "É surpreendente que uma observação rápida do calor maternal na infância esteja associada com perturbações nos filhos 30 anos mais tarde", disseram os autores do estudo.

terça-feira, 20 de julho de 2010

Deu na VEJA: Lula envia ao Congresso projeto que proíbe palmada em criança

Presidente diz que se punição resolvesse o problema, "a gente não teria tanta corrupção nesse País"



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou mensagem que encaminha ao Congresso projeto de lei sobre castigos corporais e "tratamento cruel ou degradante" contra crianças e adolescentes. A medida ocorre 20 anos após a implantação do Estatuto da Criança e do Adolescente.
Durante a cerimônia no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), sede provisória do governo, Lula comentou sobre possíveis críticas ao projeto. "Vai ter muita gente reacionária nesse País, que vai dizer 'Não, tão querendo impedir que a mãe eduque o filho', 'Tão querendo impedir que a mãe pegue uma chinelinha Havaiana e dê um tapinha na bunda da criança'. Ninguém quer proibir o pai de ser pai e a mãe de ser mãe. Ninguém quer proibir. O que nós queremos é apenas dizer 'é possível fazer as coisas de forma diferenciada'", disse.
Se punição resolvesse o problema, continuou o presidente, "a gente não teria tanta corrupção nesse País, a gente não tinha tanto bandido travestido de santo". "Beliscão é uma coisa que dói", afirmou.
O presidente aproveitou a ocasião para falar sobre os seus tempos de infância. "Eu não lembro da minha mãe ter batido num filho. O máximo que ela fazia às vezes era a gente, cinco homens deitados numa cama, ela vinha com o chinelo, a gente esticava o cobertor, e ela ficava batendo, e a gente fingindo que estava batendo, doendo, gritando, e ela ia embora, quem sabe cansada, e a gente tirava o cobertor e começava a rir". Sobre o pai, prosseguiu, nunca apanhou dele, apesar de considerá-lo um homem bruto.

(Com Agência Estado)

Fonte: http://veja.abril.com.br/


segunda-feira, 19 de julho de 2010

ENEM - Parabéns ao IDB

Das 20 melhores escolas de ensino médio do país, 12 estão na Região Sudeste, quatro na Região Centro-Oeste, quatro na Nordeste e apenas duas são públicas.
O diagnóstico, que mostra a desigualdade entre as instituições dependendo da localidade ou do gestor, está no resultado do desempenho por escola no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2009, divulgado nesta segunda-feira pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), ligado ao Ministério da Educação.

O desempenho das escolas foi calculado com base na média total obtida por seus alunos nas provas objetivas e na redação, segundo a Agência Brasil. A média nacional, segundo o Inep, foi de 500 pontos. As escolas particulares conquistaram os melhores resultados e são maioria no ranking, com 18 das 20 posições.
A melhor escola do país, segundo os resultados do Enem 2009, é o Colégio Vértice, de São Paulo, com média total de 749,7.
Em seguida, estão o Instituto Dom Barreto, de Teresina, com 741,59 pontos, e o Colégio São Bento, do Rio de Janeiro, que liderou a classificação nos últimos dois anos e, em 2009, teve média total de 741,32 pontos.
Outras escolas piauienses que também merecem destaque são o Instituto Lavoisier - Anglo (12º lugar geral) e Educandário Santa Maia Goretti (17º lugar geral).

Públicas

As duas únicas instituições públicas da lista das 20 com melhor desempenho no Enem são escolas ligadas a universidades. O Colégio de Aplicação da Universidade Federal de Viçosa (UFV) obteve média total de 734,66 pontos e ficou com a sétima colocação no ranking.
Ligado à Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), o Colégio de Aplicação Fernando R. da Silveira teve média total de 722,58 e aparece na 17° posição.
Com 249,25 pontos, metade da média nacional, o pior desempenho no exame foi o da Escola Estadual Indígena Dom Pedro I, em Santo Antônio do Içá, no Amazonas.
A participação no Enem é voluntária. Escolas com menos de 2% de participação de alunos no exame não tiveram suas médias divulgadas.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Cólicas do Lactente

Qual a mãe que nunca passou pelo desespero de ver seu filhinho recém-nascido com acessos de choro intenso?
São as famosas cólicas do lactente!
Geralmente o choro persiste por aproximadamente três horas por dia e não é causado por nenhum problema médico (como uma hérnia ou infecção). Este fenômeno ocorre em quase todos os bebês e a única coisa que difere é o grau em que aparece.
Os acessos de cólicas freqüentemente, mas nem sempre, começam mais ou menos no mesmo horário, todos os dias, sendo que para a maioria das crianças, a agitação é mais intensa à noite. O ataque geralmente começa de repente, com choro copioso, com flexão das pernas sobre o tronco, mãos apertadas, podendo o episódio durar minutos ou horas.
Geralmente uma história clínica e um exame físico cuidadoso por parte do pediatra são suficientes para se afastar uma causa orgânica, tais como hérnias, obstruções intestinais, refluxo gastrointestinal mais intenso, etc.
Descartando-se uma doença, o primeiro passo para as mamães é acalmar-se, para poder acalmar seus filhos. O segundo passo é oferecer ao bebê conforto. Deve-se estar atento para fraldas cheias, aquecimento em excesso ou deficiente, presença de cabelos ou panos no olhinho do bebê.
Outra medida bastante eficaz é a tentativa de exclusão da dieta materna de alguns alimentos, principalmente a cafeína, achocolatados e alimentos lácteos.
Discretos movimentos de embalar com canções de ninar, associado a um ambiente tranqüilo, com temperatura ambiente confortável e meia-luz também ajudam a acalmar o bebê. Não é infrequente encontrarmos crianças que melhoram com o simples fato de andar de carro.
Por sempre a criança para “arrotar” também pode ser eficaz no alívio e prevenção das cólicas.
Outra estratégia é colocar uma toalhinha morna sobre o abdome do bebê ou o por deitado sobre a barriga da mamãe (mas pode ser do papai, também).
Os pais também devem estar atentos para os sinais da superalimentação. Um bom sinal de alerta para esta condição é a duração da mamada menor que uns 20 minutos. Ou seja, a mãe pode ter bastante leite e/ou (se for o caso) o orifício do bico da mamadeira pode estar um pouco grande demais.
Quanto mais o bebê chora, mais gases ele ingere, piorando o quadro de cólicas, criando-se um ciclo vicioso. Sendo assim, medicações “anti-gases”, como a simeticona, podem ajudar a aliviar as cólicas.
Outra substância também utilizada por pais e pediatras para o alívio do choro é a funchicórea.
Em caso de dúvida, não tenha medo de procurar ajuda profissional imediatamente. Experimente diferentes técnicas de conforto para identificar as necessidades e desejos do seu bebê. Isso pode ajudar neste período tão traumático para os pais.

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Os Perigos do Ar Seco

Estamos no nordeste, período conhecido por nós como seca ou verão (inverno para as regiões em que há estações bem definidas) e com ela, a seca, vem também o ar seco.
A presença do ar seco prejudica o funcionamento das mucosas das vias aéreas superiores, diminuindo assim as resistências naturais do organismo às gripes e resfriados, bronquites, sinusites, rinites e pneumonias.
Isso ocorre porque nossas vias aéreas são cobertas por uma camada de células microscópicas sobre as quais se encontram os cílios e sobre eles uma camada de muco, responsável por barrar a livre entrada de impurezas do ar para o organismo.
Com o clima seco, esse muco resseca e não cumpre a sua função, permitindo a entrada de poluição, estando os indivíduos mais vilneráveis às chamadas IVAS (infecção de vias aéreas superiores).
Sendo assim, caros amigos e amigas, a maneira mais simples e barata de se combater os malefícios do ar seco e cuidar da saúde, principalmente dos bebês e idosos é manter o corpo sempre hidratado, mediante a ingestão de bastante líquido durante todo o dia. As crinaças devem levar para a escola garrafinhas com água para ser ingerida durante as aulas e atividades recreativas.
Para os adeptos às práticas esportivas, o cuidado deve ser redobrado, principalmete evitando a prática de esportes nos horários mais quentes e uso de protetor solar adequado para seu tom de pele durante a exposição ao sol.
Sendo assim, nossa receita padrão é: água, água de coco, sucos de frutas, frutas frescas...

A evolução do significado da morte para a criança

"Aos quatro anos de idade, a criança não manifesta reação emotiva ao ouvir falar sobre a morte, pois vida e morte ainda são conceitos muito pouco ou quase nada assimilados por ela. Não há diferença entre eles e, portanto, não há angústia ou sofrimento.
Por volta dos seis anos, a criança começa a expressar algum esboço de dor ante a ideia da morte e, principalmente, temor profundo ante a perda da própria mãe. Mas ainda a percebe como uma separação ou abandono, como se a pessoa tivesse ido viajar ou estivesse muito distante dela, podendo retornar um dia. Ou seja, a morte é uma situação provisoria e, desta forma, reversível. A morte ainda não existe como algo eterno, sem volta, mesmo porque a noção de tempo que possui é diferente da do adulto.
Pelo fato de ainda não se perceber como um ser único e individual, é incapaz de pensar e acreditar na possibilidade de sua própria morte. Não existe ameaça contra sua vida.
Por volta dos sete anos, já admite que a morte faça parte da experiência humana, mas ainda não pensa que poderá ocorrer com ela.
Caso aconteça a morte de um dos pais, a criança tende a se sentir culpada, percebendo-a como punição pelo fato de um dia tê-la desejado ou mesmo por ter apresentado mau comportamento. Esta culpa só desaparecerá quando e se muito mais tarde e já adulta, compreender que ninguém tem força suficiente em seus desejos, que seja capaz de contribuir para a morte de alguém. Assim, o ideal é que se facilite a expressão de seus medos e temores, esclarecendo o real motivo da morte.
Aos oito anos, a criança compreende e aceita, de maneira geral, que a morte ocorrerá com todas as pessoas um dia, inclusive com ela. Mas a compreensão concreta e realista de sua própria morte só virá a partir dos nove anos.
Numa sociedade em que a morte ainda é encarada como um tabu, muitos adultos não permitem que a criança esteja presente quando se fala sobre a morte ou mesmo que participe dos rituais fúnebres, por entender que não suportaria. Mandam-na para longe do ambiente de luto ou pior, inventam histórias incríveis, dizendo que a pessoa foi fazer uma longa viagem, o que fortalece as fantasias infantis sobre o tema. Tudo por acreditarem que estão protegendo-a do sofrimento.
A criança vai crescer e um dia perceberá a mentira pela qual foi envolvida, passando a duvidar dos adultos e acreditar que não merecem sua confiança.
Por ser um fato inevitável e inerente à vida, a criança deve participar das conversas sobre a morte, das dúvidas e temores que assolam as pessoas, para que não se sinta sozinha e possa compartilhar os seus próprios sentimentos. Desta maneira, receberá o conforto necessário para suportar e enfrentar a perda da pessoa amada".

Ana Maria Moratelli da Silva Rico
Psicóloga clínica

segunda-feira, 5 de julho de 2010

AIDS: saiba um pouquinho mais!

O HIV (vírus da imunodeficiência humana) é o vírus que provocada a AIDS.
Ele ataca e destroi os mecanismos de defesa do corpo humano, provocando a perda da resistência natural que ele possui, permitindo o aparecimento de várias outras doenças.
A AIDS/SIDA é uma doença sexualmente transmissível (DST) e, ao contrário de outras DST(s), cujos sintomas surgem pouco tempo depois da infecção, uma pessoa contaminada pelo vírus HIV só os manifesta anos após, só se podendo ter certeza da contaminação pelo vírus por meio de axames de laboratório. Geralmente a suspeita da infecção só é feita quando o paciente já apresenta sintomas da doença, tais como infecções de repetição e/ou oportunistas.

Como o Vírus HIV é transmitido:
- através de liquído seminal, esperma, secreção vaginal, durante relações sexuais (sexo anal, vaginal ou oral) com pessoas infectadas pelo HIV sem uso do preservativo;
- uso de agulhas, seringas e objetos perfuro-cortantes infectados;
- da mãe para o filho durante a gravidez, parto ou aleitamento materno;
- transfusão de sangue infectado

NÃO se transmite o Vírus HIV:
- num abraço, beijo no rosto, beijo na boca, espirro, tosse, carinho, carícia, aperto de mão, lágrimas, suor, saliva/beijo;
- em assentos públicos, picadas de insetos, pias, piscinas, sauna, ônibus, elevadores;
- dormindo no mesmo quarto, na mesma cama, usando as mesmas roupas e lençóis, batom, toalhas e sabonetes;
- trabalhando no mesmo ambiente, frequentando a mesma sala de aula, cinema, teatro, academia de ginástica, restaurante;
- doando sangue, utilizando material descartável.

Como se Prevenir ???
- usar a camisinha em todas as relações sexuais (vaginal, anal ou oral), desde o início das carícias;
- transfusões de sangue somente com sangue testado e negativo para HIV (o que é feito de rotina em todos os Hemocentros do Brasil);
- não compartilhar agulhas, seringas e material perfuro-cortante, sem esterilizá-los antes;
- usar material descartável em todos os procedimentos que envolvam secreções corporais;
- as mães soropositivas não devem amamentar seus filhos.

Fonte: Ministério da Saúde

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Golfadas ou Vômitos?

Regurgitação (golfada) é um sintoma bastante comum, principalmente nos primeiros meses de vida, em que ocorre a eliminação de pequena quantidade de alimento ingerido (leite) pela cavidade oral. É mais comum após o bebê ter mamado, geralmente vem em pouca quantidade, não apresenta sintomas como náusea ou mal-estar e geralmente não vem acompanhado de choro.
As regurgitações são consideradas normais nos bebês e não merecem, na grande maioria dos casos, nenhum tratamento.
Já os vômitos são precedidos de náuseas, há a aliminação de quase todo o leite ingerido, podendo inclusive haver eliminação do mesmo pelas narinas, e a criança chora bastante após ter vomitado.
O vômito é sinal de doença e sempre deve servir de alerta para os pais, principalemente quando vier com uma frequência maior que dois episódios ao dia, febre e perda de peso.
Dentre as doença exteriorizadas pelo vômito, além das infecções, uma bastante comum na primeira infância é a Doença do Refluxo Gastroesofágico (DRGE).

O que fazer para reduzir os episódios de refluxo?
  • Após a mamada, mantenha o bebê de pé, no seu colo, com o tronco elevado por, pelo menos, 30 a 40 minutos. Para ajudá-lo a arrotar, dê leves tapinhas em suas costas.
  • Eleve em 30 cm a cabeceira do berço.
  • Depois que ele mamar, evite balançá-lo.
  • Ao colocar as fraldas, não aperte muito.
  • Não ofereça alimentos ácidos, como laranja ou abacaxi.
Como Dieferenciar o refluxo fisiológico da DRGE?

Em caso de dúvidas, o melhor é buscar ajuda do pediatra! Ele, ou o gastropediatra, poderá fazer o diagnóstico e dar as orientações necessárias para o tratamento.

domingo, 27 de junho de 2010

Para os Pais Refletirem.

Em meu consultório de pediatria, sempre chegam crianças acompanhadas com suas mães e pais com alguma das seguintes queixas:
- Dr Marcelo, meu filho não come nada... Só quer comer besteiras... Não sei como fica em pé, pois come muito pouco... Até que vinha comendo direitinho, mas parou de se alimentar de uma hora para outra... Passe uma vitamina para ele comer mais...
Quando olho para as crianças, muitas vezes, observo pacientes aparentemente saudáveis, bem nutridos, bochechas coradas, espertíssimos, ou algumas vezes gordinhos!
Nestes casos, minha primeira observação para os pais e mães é a seguinte, em tom de brincadeira, lógico:
- Ou seu filho virou planta e está fazendo fotossíntese, pois só assim estaria ganhando peso normalmente sem se alimentar, ou está ingerindo a quantidade suficiente de alimentos para o seu crescimento e desenvolvimento (ou até mais que o necessário, quando vejo uma criança com sobrepeso ou obesidade evidente).
E ainda pergunto:
- Mas será que está se alimentando corretamente?
Tantas vezes escuto:
- Prá falar a verdade, doutor, ele só quer comer besteiras. É salgadinhos, biscoitos recheados, sucos de caixinhas, refrigerantes.
E aí faço a réplica:
- Beleza! Então chegamos a uma conclusão: ele não come pouco, come mal.
- E o que posso fazer, doutor?
- Bom! Ele tem carteira assinada, com salário fixo, carteira de motorista e vai sempre ao supermercado fazer as compras da casa?
- Como assim?!
- Bom, vamos lá! Quero que cheguem à conclusão de que o maior responsável pela alimentação de seus filhos são vocês mesmos. Se não põem besteiras na geladeira e despensa, não há como eles se alimentarem delas!
- Mas o que fazer, vou deixar ele morrer de fome?
- Absolutamente... Deixe à disposição frutas e sucos naturais! Imponha limites para a ingestão de guloseimas! Deixe-as para ocasiões especiais, tais como aniversários, idas ao parque ou shopping ou churrascarias. O que não pode é a excessão virar rotina.
- Eh! Acho que realmente o senhor tem razão. Me passe uma dieta!
- Melhor que isso, vamos fazer um exercício! Durante estes dois próximos meses, retire os excessos! Não comprem refrigerantes, biscoitos recheados, sucos em caixinhas, regre a ida a pizzarias e churrascarias, evitem os fast-food, os salgados, principalmente os fritos, tais como pastel, coxinha, bomba... E deixem sempre à disposição frutas e sucos naturais. Deem exemplo: comam verduras para que seu filho vejam vocês comendo verduras, proíbam que as refeições sejam realizadas em frente à TV. Uma caminhada ou uma volta de bicicleta com seus filhos todas as tardinhas faz um bem danado para eles e para vocês! E me voltem daqui a 2 meses.
E aí. Já tiveram uma conversa dessas com o pediatra de seu filho? Quem vocês acham que são os maiores responsáveis pela alimentação ruim de seus filhos?
Se mesmo assim, não conseguirem superar esta dificuldade, melhor buscarem orientação de um pediatra, de um endocrinologista ou de um nutricionista.
Sei que não é fácil, pelo contrário. Mas não adianta ser pai e mãe, tem que participar (este final de texto foi horrível, mas o que vale é a intenção).
Ops! Horrível novamente!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Constipação Inestinal Crônica na Infância

O que é?
Constipação intestinal é um sintoma definido como a ocorrência de evacuações inferior a 3x por semana (exceto em pacientes em aleitamento materno exclusivo) ou um dos sintomas a seguir: dor à evacuação, presença de fezes endurecidas, conhecidas como cíbalos (as mães relatam que parece cocô de carneiro), sensação de esvaziamento retal incompleto.
No Brasil, estima-se que esta patologia atinja aproximadamente 25% das crianças, sendo responsável por 3% das consultas ao pediatra geral e 25% das consultas ao gastropediatra.

Causas:
Geralmente a criança tem familiares próximos também com a doença. Estão envolvidos ainda fatores alimentares, tais como ingestão de leite de vaca (alguns casos de alergia a proteína do leite de vaca pode-se exteriorizar na forma de constipação), dieta com poucas fibras (pobre em frutas e verduras) e/ou pouco líquido, fatores emocionais (ansiedade, depressão, vítimas de abuso sexual).
Sedentarismo.
Endocrinopatias: deficiências ou excessos de hormônios tireoidianos ou adrenais.
Distúrbio eletrolíticos.
Alguns medicamentos: antidepressivos, antitussígenos, analgésicos opiáceos (codeína, morfina), antiparkinsonianos, anti-hipertensivos, antiácidos contendo alumínio, preparados com cálcio.
Anormalidades anatômicas intestinais: megacólon, fissuras anais, hemorróidas, prolapso retal.

Complicações:
As principais complicações desta doença é a dor abdominal recorrente, escape fecal (calcinha ou cueca suja), distensão abdominal, vômitos, retenção urinária, deficit de crescimento, trauma psicológico e constrangimento.
 
Como se faz o diagnóstico?
Na prática pediátrica, geralmente uma boa conversa com os pais é suficiente para se chegar a uma hipótese diagnóstica muito forte, podendo-se valer ainda de Rx contrastado do intestino (enema opaco) ou mesmo manometria anorretal. Em raros casos faz-se necessários exames mais complexos, tais como biopsia intestinal, por exemplo.
Em adultos, a retossigmoidoscopia pode ser necessária, haja vista que a constipação pode estar relacionada à presença de tumores retais.
 
Como se trata?
A primeira medida a ser tomada sempre é uma tentativa de reeducação alimentar, com aumento da ingestão de fibras e líquidos e treinamento intestinal, estimulando-se que a criança vá ao vaso e tente evacuar após uma das grandes refeições diárias), mesmo que a mesma não esteja com vontade, além de se desestimular a ingestão de leite de vaca e derivados.
Caso as medidas acima não tenham o sucesso esperado, pode-se valer de algumas medicações, tais como o óleo mineral, o leite de magnésia, a lactulona.
Recentemente, chegou ao mercado formulações com fibras solúveis, com os quais tenho obtido boa resposta clínica.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Estudo Revela Relação Entre Obesidade e HAS em Crianças

Foi publicado, na edição de junho de 2010 da revista da Sociedade Brasileira de Cardiologia- SBC, um estudo realizado em Maceió-AL, que confirma o que todos os médicos já sabem, mas que os pais ainda teimam em não acreditar: "o bebê gordinho, apesar de bonitinho, nem sempre é saudável..."
Este estudo foi realizado em 1253 crianças entre 7-17 anos, onde se analisou as medidas de peso, altura, espessura da prega do tríceps, circunferência da cintura, pressão arterial, cálculo do IMC, prega cutânea do tríceps, circunferência da cintura e aferição da pressão arterial.
O resultado foi o mais óbvio possível: houve forte correlação entre a obesidade nestas crianças e o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica (HAS).
Além disso, constatou-se que quase 10% das crianças analisadas já apresentavam obesidade antes de entrarem na vida adulta.
Este estudo, portanto, serve como alerta para os pais!
 E a melhor maneira de se frear o crescimento da obesidade e da HAS na população pediátrica é estimular alimentação saudável, com restrição de salgados, enlatados, conservas, etc, e realização de atividades físicas, o que nem sempre é fácil se conseguir dos em nossos "pimpolhos" que estão na era digital, onde cada vez passam mais tempo em frente ao computador e videogames.

SUGESTÃO DO "PEDIATRA-PAI"

1º - Impor dietas rígidas não é a melhor estratégia (nem você, papai ou mamãe, conseguiu!).
2º - Se seu filho não é quem faz o supermercado, o maior responsável pelas porcarias que entram em sua casa é você mesmo.
3º - Sendo assim, não compre refrigerantes, salgadinho, enlatados, etc. Deixe estes alimentos reservado para ocasiões especiais.
4º - Dê exemplo! Se você não come salada, como exigir que eles comam?
5º - Evite os exageros... Pense bem! O que você acha que seu filho está exagerando na hora das refeições e o que se pode fazer de imediato para reduzir, nem que seja um pouquinho, esses exageros? Faça!
6º - Que tal se todos em casa realizarem uma caminhadinho ao final do dia?
7º - Deixe sempre disponível para eles frutas e sucos naturais. É melhor biscoito água e sal que biscoito recheado. É melhor um sanduíche natural, com pão integral, que um amburger (OBS.: a fome é o melhor tempero que existe)
8º - Prefira os presuntos light, de peito de peru ou frango. Os queijos brancos são menos calóricos que os amarelados.
9º - No final de semana, libere um pouquinho, afinal, são crianças, não soldados prisioneiros em campos de concentração!